Letra:
Tem vezes que acabo no começo
Tem vezes que começo e acabo
A minha vida dá voltas tipo um cão atrás do próprio rabo
Mas nada acontece por acaso
Tudo se relaciona
Quanto mais voltas dás, mais perto da meta estás
Como no [?] aqui na minha zona
Agora dizem que a vida é um chill
Eu não concordo com isso
Então o meu quarto é o meu asilo
Pois aqui eu só preciso de meter um bom vinil
Baixar a agulha, levantar o volume para me sentir tranquilo
E aqui ninguém repara se a roupa é primark ou zara
Se tenho o cabelo cortado ou qual é a marca dos meus ténis
Aqui posso ser eu próprio
Aqui é normal estar sóbrio
Felicidade é mais para além de ter peidas a me roçar o pénis
Manos, não me levem a mal, eu também sou jovem e tal
Mas para mim diversão não passa por mocas e tiparias, nah
Não sou juiz, isto não é nenhum tribunal
Não julgo ninguém porque eu também já fiz muitas porcarias (ya)
Por pior que seja o passado
Ou o que for que eu tenha passado
Lembro-me sempre que esse pretérito é apenas um quadro já pintado
Já o futuro, ou o que for que me esteja reservado
É uma tela em branco à espera que eu seja mais um miguel ou um leonardo
Renascentista nesta arte
R.A.P erasmus, ainda não me sinto artista
Mas pouco a pouco o tempo faz-me
Acreditar em mim
Menino d'ouro midas deu-me o toque, escrevo orgias
No meu bloco onde cada nota é um orgasmo
Dá-me espaço
Ya, dá-me espaço, ye
Dá-me espaço, ya
Dá-me espaço men, ye
Yeh, dá-me espaço de manobra, de sobra
Que eu arrebento
Que eu faço obras primas em curto espaço de tempo
Dá-me espaço que eu só quero dar o cheiro do que eu faço
No estúdio ou no campo quando ouço apita o compasso
Avanço, não me canso à espera da carruagem
Que prolonga esta curta, numa longa metragem
Onde a margem de tudo, nada fica interessante
Eu não me escondo do mundo e aprecio-o bem distante
À espera que reencontre em mim o puto brilhante
Dar de santo e inseguro, com um ar de confiante
Chorei tanto, poucos viram
Ouviram, não ligaram, uns sentiram
Tou mais firme, atacaram e se cansaram
Muitos disseram-se fiéis
Por fim abandonaram, e se casaram com traços que emagrecem
E destronaram-o, nesta canoa a esperança alimenta
Quando o trabalho aumenta, passamos cabos das tormentas
Tá junto quem aguenta, quem tenta e não lamenta
Ser alguém com o que tem dificuldades enfrenta
Dá-me espaço, espaço é vida irmão
Se queres espaço para viver a vida como campeão
Dá-me espaço
Cada verso é mais profundo
A peça do meu mundo que tirei-o lá do fundo
Dá-me espaço men, só quero espaço
Só quero espaço, dá-me espaço
Dou por mim sentado, a pensar no que magoa
Em amores falhados e alguns defeitos como pessoa
Nascido num berço d'ouro, na proa da irmandade
Primogénito na linhagem, sem coroa e sanidade
Desligado da imagem com uma abordagem diferente
Com o passar da idade, com o passar do tempo
A humidade ganha forma, em paredes brancas
E eu a andar em telhados de vidro até às tantas
Ninguém me apara as quedas nem me atira um paraquedas
Aqui a queda é livre mesmo que o chão sejam pedras
Gastas pelo tempo que vai e já não volta
Sem datas p'ra decorar e relembrar quando for cota
Porque nada me importa, a vida segue a sua rota
Sem ter as coordenada da porta da felicidade mano
E se eu me engano o plano é brilha seguinte
O próximo passo que eu vou dar será a casa dos 20
Dá-me espaço, dá-me espaço
Dá-me espaço, ya, dá-me espaço
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