sábado, 27 de junho de 2015

Quando escrevo




Letra:

Quando eu escrevo o complicado, torna-se simples 
O difícil parece fácil, os versos ganham requintes 
Pessoais, são transmitidos aos ouvintes que me dão força ou não 
Para passar ao verso seguinte 
Então, entro em sintonia, encontro o meu conforto 
Como se a caneta e o papel fizessem parte do meu corpo 
Sistema nervoso e sanguíneo em comum 
Às vezes chego a pensar, que somos apenas um 
Rimo na língua dum povo, dum povo que é poeta 
Eu rimo em português porque é uma língua completa 
Então uso o meu conhecimento e todo o meu vocabulário 
Com as 26 letras do nosso abecedário 
Na cabeça um dicionário, dicções sobre bases 
Letras fazem palavras e palavras fazem frases 
Estas dão versos, dois versos é uma rima 
Duas rimas é uma quadra, é o poder das palavras 
Imagina a mulher que amavas e hoje amas ainda mais 
O que eram problemas, hoje são questões banais 
Respeito esta cultura como só respeito os meus pais 
Cantando e rimando e produzindo instrumentais 
Quando eu escrevo, torna-se pequeno o universo 
Olho para dentro, comigo próprio converso 
Uns divulgam o banal, eu faço o inverso 
Viver é o objectivo, rimar é o processo 
Muito mais que entretenimento é a sua versão lúdica 
Paz é o que quero transmitir a quem ouve a minha música 
E a paz começa em ti, em respeitares o teu parceiro 
Se queres mudar o mundo então muda-te a ti primeiro 

Refrão: 
Porque eu pego numa caneta e numa folha de papel 
E ando atrás da verdade como a abelha atrás do mel 
Digo o que quero, liberto os meus nervos 
E é isso que eu sinto, é isso que eu sinto quando escrevo 

Com beat ou sem beat, com ou sem apoio 
Na casa, no trabalho, na escola ou no comboio 
Rimas são muitas mas cada uma, é dita e escrita como se fosse a última 
Primeiro eu próprio e toda a minha vivência 
O que eu passei, o que eu passo e toda a minha experiência 
Public Enemy e Gangstar foram as minhas influências 
Mas agora apenas conto com a minha consciência 
Desenvolvida e escrita de tardes e insónias 
Xeg no microfone, sou mestre de cerimónia 
Não preciso de banda, nem orquestra sinfónica 
Tou infectado por esta merda como se fosse doença crónica 
E progressiva, tou cada vez pior ou cada vez melhor conforme a perspectiva 
Voz activa, a teoria une-se à prática 
Rimas saem à medida que gasto tinta da minha esferográfica, 
Escrita nos cadernos ou no bloco de matemática 
Cantando, rimando de uma maneira sistemática 
Quando eu escrevo, a atmosfera torna-se apática 
Desmentindo da verdade mesmo quando esta é dramática 
Porque a força não está, entre quem perde ou vence a briga 
Mas em seres tu próprio, não que a sociedade te obriga 
Cago pró que pensam em mim 
Cago e prossigo e fico bem com o mundo mesmo que o mundo não esteja bem comigo 
Agora com ou sem metáforas, simples ou complicado, 
Certo, cruzado ou então emparelhado 
Mantém-te ligado porque eu mantenho-me fiel 
Torno doce o que era amargo, torno dócil o cruel 

Refrão

Porque eu pego numa caneta e numa folha de papel 
E ando atrás da verdade como a abelha atrás do mel 
Digo o que quero, liberto os meus nervos 
E é isso que eu sinto, é isso que eu sinto quando escrevo 

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